Read Out Loud – um projecto de sinestesia cinética

Sinopse
O teaser de Read Out Loud parte da publicação física Spoken Words, uma compilação de diversos poemas dentro da temática da performance literária. Partindo de quatro textos incluídos no livro e utilizando performances ao vivo das 4 autoras, foi construído um universo que conjuga a animação tipográfica com a imagem e o som.
Conceito
O Projecto para Explorações Digitais Interactivas e Tipografia é uma experimentação de tipografia cinética que se articula com o trabalho da cadeira de Projecto. A temática centra-se no estilo de literatura performativa de spoken word apenas com autoras mulheres. No livro que resultou no trabalho final, as palavras ganham forma, textura, movimento, com o intuito de criar uma experiência sinestésica. De forma intencional, muitas esbarram nas margens, saltam de página para página, intercalam-se, tremem, aglomeram-se de forma a que o leitor possa também entender o tom com que as deve ler, caso queira recitar.
Para a disciplina de Explorações Digitais Interactivas e Tipografia, a ideia passou por transpôr para animação, a relação dos poemas com a tipografia, dar-lhes um movimento real e através da Realidade Aumentada visualizar o poema associado a cada autora. Utilizando como imagens target imagens das autoras, pretende-se que surja o trabalho associado a cada nome.
Excertos do livro Spoken Words (2020)
Relação com Realidade Aumentada
Para a experiência com Realidade Aumentada, tema abordado durante o semestre, foram usadas imagens target das autoras em conjugação com os versos dos poemas e que dão nome aos mesmos.
Imagens Target:
Maya Angelou — Still I Rise
Patti Smith — People Have the Power
Experiências de animação tipográfica com After Effects
Seguindo a premissa inicial, o conceito passou por criar a ideia de movimento, textura e forma nas palavras, dando ao utilizador uma experiência de sinestesia. Em baixo, algumas dessas experiências.






Ferramentas utilizadas na execução deste projecto:
- — Adobe After Effects Pro 2020 (animações)
- — Adobe After Effects Pro 2020 (teaser)
- — Artivive (RA)
Conteúdos de vídeo e áudio incluídos no teaser:
- — Camille Rainville “Be a Lady”, directed by Paul McLean
- — Kate Tempest performance at BBC
- — Patti Smith, “People Have the Power”
- — Maya Angelou “Still I Rise”
Referências
///// Tutoriais
- Adobe — Create and Animate Text
- After Effects Tutorial: Stretched Text
- After Effects Tutorial: Basic Text Animations
— Saul Bass // The Art of the Title
— Kelli Miller // The Art of the Title
— Thunderwing // The Art of the Title
— Outros Exemplos de Tipografia Cinética
Considerações finais
Decidi optar por conjugar a cadeira de Projecto com a temática das explorações digitais, por ter um tema directamente relacionado com tipografia e que também se coaduna com o meu possível tema de tese: o design no cinema. Apesar de ter mais de uma dezena de autoras, foquei-me em 4 nomes sonantes e cujos estilos mais divergiam entre si. A ideia inicial seria animar de forma mais exaustiva todo o texto dos poemas, mas para melhor gestão do tempo disponível, seleccionei apenas refrões ou frases relevantes.
Nunca tendo trabalhado com After Effects, tive evidentes dificuldades em recriar alguns dos meus objectivos. Alterei inclusive algumas ideias por não ter ainda a familiaridade suficiente com esta ferramenta. No entanto, foi bastante satisfatório poder experimentar, conhecer e até me divertir com o programa, o qual tenho interesse em vir a aprofundar.
Já para a montagem do teaser, embora com falhas, o trabalho correu de forma mais fluída, pois já tinha trabalhado com o Adobe Premiere. Embora não sendo utilizadora avançada, não me senti tão bloqueada como com o After Effects.
Já para a Realidade Aumentada, algo que mudaria seria o suporte físico das imagens. Por já não ter o livro comigo, não foi possível utilizá-lo como imagem target. No entanto, a ideia de folhear o livro e encontrar poemas animados, seria mais subversiva.
Como conclusão geral, este foi um projecto importante para mim, não só a nível de conceito, mas também pela escolha das ferramentas que me obrigou a sair da zona de conforto. No futuro, não me importaria de fazer mais trabalhos dentro do género.